25.3.08

Discute-se o passado entre os que não vêem o futuro. Crise é não saber o que mudar nem de que modo. Não adianta moldar raciocínios complexos, há muito houve a implosão de sentido, o caos. Hoje, vive-se entre escombros à cata de relíquias iluministas. Injustiça querer a crítica despropositada? Não creio. Cansei-me de argumentações fundadas em palavras reescritas; quero criar o novo, sem constantes referências ao que já não é mais. A cidade é o sonho do labirinto, e minha consciência é infinita.

19.3.08

Adaptei-me à burguesia. Tornei-me convencional.

13.3.08

Mesmo cego, porém, sou sensível
à luz interior de cheiros e vozes
ao toque que eleva ao além
e ao gosto das coisas insaciáveis.
Cada pedaço de vida me transporta
para um lugar que não conheço.
Sentir o invisível é dose.

9.3.08

Todos abandonaram a essência, carcaça pesada que eu carrego em minhas costas, sem medo de possíveis aproveitadores da fraqueza humana. Um dia meu pai disse que, de acordo com o que eu escrevia, eu devia ser triste. Não tenho certeza.

4.3.08

- Quero te dar um abraço! disse, a voz corrompida pela fria emoção das palavras.
- Não dá, cara, não vê que estou dançando? retrucou, rispidamente, incapaz de me olhar nos olhos.

Sigo minha noite sem rumo, certo de que daqui a pouco uma cai na conversa.