Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra - a entrelinha - morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva é escrever distraidamente.
Clarice Lispector, "Água Viva"
18.5.07
16.5.07
coisa batida
Estive ausente, não nego, mas posso me explicar. Extremamente ocupado com procedimentos de admissão da minha coragem, adaptando-me aqui e ali aos bons e maus ventos, investi-me em mares bravios, enfrentei tempestades, alcancei (diversas vezes) o limite do meu medo. Resultado: nunca pensei que dentro de mim vivesse um abismo, inexplorado, que só a luz da minha consciência alumia. Frase de efeito: o medo existe para que demonstremos coragem.
3.5.07
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